Foto: Deni Zolin (Diário)
Após mais de três horas de debates, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o Projeto de Lei (PL) 5587/16, que regulamenta os serviços de transporte com aplicativos como Uber, Garupa, Cabify e 99 POP. Agora, o texto segue para sanção do presidente Michel Temer.
O que foi aprovado e segue para sanção do presidente:
- Caberá às prefeituras a regulamentação e fiscalização do serviço nas cidades
- Caberá aos municípios a cobrança dos impostos pelo serviço
- O motorista que presta serviço aos aplicativos não precisa de autorização prévia da prefeitura nas cidades onde o serviço é regulamentado
- O motorista não necessita ser o proprietário ou arrendatário do veículo nem utilizar a placa vermelha de identificação
Santa Maria recebe a primeira etapa do Gauchão de Poker
O Sindicato de Taxistas de Santa Maria lamenta que a proposta não tenha sido aprovada na íntegra, pois o motorista não precisará utilizar a placa vermelha de identificação, que é exigido dos taxistas.
- Os municípios vão se incumbir de fazer uma regulamentação. Então nós vamos ter que se reunir com o poder executivo e legislativo para ver de que forma será feita essa regulamentação. Pelo que eu entendo, o transporte de passageiros tem que ter placa vermelha. Vai ser regulamentado, mas o que será exigido será um debate que teremos que fazer com o município - afirma Marco Fogliarini, presidente do Sinditáxi.
Na manhã desta quinta-feira, o aplicativo Garupa emitiu uma nota sobre a aprovação do projeto de lei:
A empresa de aplicativo de mobilidade Garupa App é genuinamente brasileiro. Foi criado e desenvolvido aqui no Brasil e diante da repercussão da votação, que o ocorreu nesta quarta-feira, 28, quer parabenizar toda população por mais essa vitória. Juntos estamos dando mais um passo a democracia, o poder de escolha e garantindo serviços de mobilidade que, por conseguinte, afeta tanto motoristas e usuários. Na votação de ontem, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de regulamentação do transporte de passageiros por aplicativos. Nesse sentido, o Garupa entende e apoia a evolução tecnológica, de novos negócios e colabora para auxiliar e melhorar cada vez o aperfeiçoamento dos serviços. Pois, desde a sua inauguração, a política da empresa sempre prevê atuar de forma legal nas cidades vigentes.
CAMINHO DO PROJETO
Os deputados analisaram o projeto que havia sido aprovado pelo Senado no início de novembro do ano passado. Originário da Câmara, o projeto de lei precisou ser analisado novamente para encerar o processo legislativo e ser sancionado para virar lei. Isso porque os senadores alteraram trechos do texto aprovado pelos deputados.
Entre as regras de fiscalização previstas no PL aprovado estão a exigência de contratação de seguro de Acidentes Pessoais a Passageiros (APP) e do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), além da necessidade de inscrição do motorista como contribuinte individual do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Santa Maria emite certificado internacional de vacinação contra febre amarela
O PL também estabelece que o motorista deve ser portador de Carteira Nacional de Habilitação na categoria B ou superior que tenha a informação de que ele exerce atividade remunerada. Aquele que descumprir as regras terá seu trabalho caracterizado como transporte ilegal de passageiros.
DIVERGÊNCIA
Pressionados por taxistas e motoristas de aplicativos, que tinham posições divergentes sobre a regulamentação, deputados travaram debates acalorados durante a sessão que discutiu o tema. Favorável ao estabelecimento de regras mais rígidas para os serviços de transporte por aplicativo, o deputado Major Olímpio (SD-SP) defendeu que a regulamentação permitiria a igualdade de tratamento entre os trabalhadores de transporte privado e taxistas.
Governo prevê abertura do hospital regional para final de abril
_ Se for vender pipoca, precisa de autorização do município. Se tem a remuneração de um serviço de transporte remunerado, não há o que discutir. Ninguém está acabando com aplicativo nenhum, está se concedendo exatamente regulamentação, igualdade para a disputa do mercado _ argumentou.
Já o relator da matéria na Casa, deputado Daniel Coelho (PSDB-PE), defendeu que os aplicativos são responsáveis pela renda de mais de 500 mil trabalhadores brasileiros e foi responsável, em 2017, pelo pagamento de R$ 1 bilhão em impostos:
_ Não cabe a esse plenário hoje tomar a decisão de proibir aplicativos _ disse.